Desde as mais tradicionais como a fadinha dos dentes ou Papai Noel, até as mais imaginativas e inovadoras como "Como a verdurinha e fará feliz à princesa que vive em sua barriguinha". Segundo o estudo um pai conta a seu filho mais de 3.000 mentiras piedosas durante sua infância.
Por outro lado, uma equipe de psicólogos da Universidade da Califórnia nos Estados Unidos, liderados pela doutora Gail Heyman perguntaram se o uso de mentiras funcionais seria comum em todo mundo, independentemente da cultura ou das tradições próprias de um país.
Para isso realizaram uma pesquisa internacional que contou com a participação de 114 famílias estadunidenses e 85 famílias na China. A ambos grupos de participantes apresentaram um total de dezesseis mentiras funcionais que costumam ser utilizadas para regular determinadas condutas das crianças. Estas pequenas mentiras dividiram-se em quatro grupos:Mentiras que buscam influir nos hábitos de alimentação dos pequenos (Por exemplo: "Se não comer a verdura vai nascer um pé de alface na sua orelha.")Mentiras para conseguir que as crianças fiquem quietas ou tranquilas (Por exemplo: "Se não ficar quieto vou pregar o seu pé.")Mentiras para deter uma má conduta (Por exemplo: "Se não se comportar vou chamar a polícia para que te prendam.")Mentiras relacionadas com as compras ou o dinheiro. (Por exemplo: "Outro dia voltamos e compramos, tá amor?")
Os resultados do estudo foram publicados no International Journal of Psicology em um artigo intitulado "Instrumental lying by parents in US and China" e mostraram que 84% dos pais estadunidenses usam com frequência alguma destas mentiras funcionais, enquanto no caso das famílias chinesas seu uso dispara a 98%.
O estudo também incluía perguntas relativas a contos e personagens da ficção como o homem do saco, a fadinha do dente ou Papai Noel. Resulta que não existem diferenças significativas entre culturas à hora de utilizar este tipo de mentiras funcionais ainda que os pais chineses se mostraram menos propensos a utilizar personagens inventados.
Para finalizar o estudo perguntaram a ambos grupos as razões pelas quais utilizavam mais frequentemente estas "mentirinhas". As respostas destacam a eficácia deste tipo de mentiras funcionais à hora de influir no comportamento de seus filhos e a crença por parte dos pais de que as crianças são incapazes de compreender a verdade com certa idade.A história de que "Devemos sempre dizer a verdade às crianças!" em alguns casos pode resultar realmente difícil. Mas no caso de que você esteja decidido a não mentir a seus filhos, também existem alguns métodos que, mediante um pouco de criatividade, conseguem resultados bastante eficazes.O exemplo podem ser acompanhados em um estudo realizado por psicólogos da Universidade de Cornell nos refeitórios infantis de duas escolas de Nova Iorque publicado pela United Academics sob o sugestivo título de "Quer que seus filhos comam mais verduras? Ponha um nome bacana".Um primeiro estudo realizado com um grupo de 147 alunos com idades compreendidas entre 8 e 11 anos demonstrou que os estudantes eram mais propensos a comer verduras se estas tinham um nome pomposo, por exemplo, em vez de servir cenouras, ofereciam "cenouras com visão de raios X", o que não configura toda uma mentira senão que pode ser considerado um bom caso de marketing agressivo. O efeito foi fascinante e seu consumo cresceu de 35% a 66%.Mais espetacular ainda foi o segundo estudo realizado com 1.157 alunos pertencentes a dois refeitórios escolares diferentes. No primeiro etiquetaram as verduras utilizando nomes atraentes e criativos enquanto no outro simplesmente utilizaram o nome real da verdura. O consumo de verduras no primeiro colégio elevou-se em 99% enquanto no segundo colégio diminuiu 16%.O resumo? Queridos papais, mamães e crianças, é que como dizia o ínclito Doutor House: todo mundo mente. Ainda que também seja verdadeiro que a criatividade pode chegar a ser um bom substituto desses contos, personagens e mentiras funcionais tão arraigadas por todo o mundo.Seja como for, parece que hoje em dia, para ser bons pais o que não pode faltar é um alto grau de imaginação.via mdig
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