Que atire a primeira pedra quem nunca conheceu irmãos gêmeos e preferiu não chamá-los pelos nomes, pois não conseguia saber quem era quem. Aliás, essa pode ser uma grande vantagem para eles: podem enganar todo mundo, de pais a professores ou namorados (as).
Além de fazer ótimas brincadeiras, no entanto, os gêmeos nos dizem muito sobre a natureza humana. E nem sempre eles são idênticos, com os gêmeos fraternos sendo tão diferentes quanto qualquer irmão e irmã podem ser. Conheça mais sobre a ciência dos gêmeos:
1 – Mamães fortes
Dois pra alimentar, dois pra ninar, duas vezes mais fraldas sujas para trocar… Trabalho duplo alcança um novo patamar para as mães de gêmeos.
Acontece que ter dois bebês ao mesmo tempo está ligado a uma vida mais longa para a mamãe; foi o que conclui um estudo de maio de 2011. Mas isso não é porque todo o trabalho que elas passam aumenta a expectativa de vida. Em vez disso, as mães de gêmeos são fisicamente mais fortes desde o início e, como tal, dar à luz a gêmeos pode ser uma adaptação evolutiva na qual as mães saudáveis aproveitam a oportunidade para passar seus genes a mais descendentes.
2 – Só os cachorros acertam
Amigos próximos e até mesmo mãe e pai podem ser enganados por seus gêmeos idênticos, às vezes chamando um pelo nome do outro. Não é o caso com alguns cães.
Pesquisas anteriores sobre a capacidade dos cães de distinguir gêmeos foram inconclusivas, com resultados conflitantes. Mas os pesquisadores dizem que qualquer discrepância observada entre estes resultados pode ter sido devido a diferentes níveis de treinamento dos cães utilizados em cada estudo.
E, em uma pesquisa recente, eles usaram 10 cães policiais altamente treinados, que passaram por 12 testes, nos quais eles cheiraram um cotonete retirado da barriga de pares de gêmeos idênticos e fraternais, para depois encontrar um cheiro correspondente em sete possibilidades.
Os cães acertaram todos os testes, escolhendo a correspondência correta o tempo todo. Os pesquisadores não sabem como os cães identificam os gêmeos, mas talvez infecções e outros fatores externos que podem alterar o odor de um indivíduo desempenhem um papel.
3 – Quer gêmeos?
Existem formas de aumentar as chances de ter dois bebês de uma vez. Ser alta é uma delas. Pesquisas descobriram que as mulheres mais altas têm mais de um fator de crescimento semelhante à insulina, que tem sido associado à altura e a taxa de gêmeos.
Em uma pesquisa de 2006, cientistas compararam a altura de 125 mulheres que tiveram gêmeos e 24 que tiveram trigêmeos com a altura média das mulheres americanas. Aquelas que tiveram duas ou mais crianças eram em média três centímetros mais altas do que as outras mães.
Conforme uma mulher envelhece, ela também fica mais propensa a ter gêmeos. Um outro estudo descobriu que, comparadas com as mulheres com menos de 35, mulheres com idades entre 35 e mais velhas tinham níveis mais elevados de um hormônio folículo-estimulante e eram mais propensas a liberar mais de um óvulo em um ciclo menstrual.
4 – Impressões digitais
Ao invés de procurar uma característica facial ou um item de vestuário especial para distinguir um irmão gêmeo, é melhor olhar para seus dedos.
Gêmeos idênticos não têm impressões digitais idênticas. Isso porque os genes não são os únicos fatores determinantes das ondulações que cobrem nossos dedos, mas sim, os sulcos também são influenciados por tensões aleatórias experimentadas no útero. Mesmo um cordão umbilical com comprimento um pouco diferente muda a sua impressão digital.
5 – Gêmeos pelo mundo
Gêmeos são mais do que comuns no país central da África Benin, onde cerca de 27,9 gêmeos nascem para cada 1.000 nascimentos – a maior média nacional de nascimentos múltiplos.
Ásia e América Latina têm taxas muito mais baixas de geminação, de cerca de 8 por 1.000 nascimentos.
Enquanto os cientistas não sabem por que há essas diferenças nas taxas de natalidade de gêmeos entre as diferentes regiões do mundo, eles suspeitam que a maioria das variações são devidas às taxas de nascimento de gêmeos fraternos. Os gêmeos idênticos parecem ocorrer a uma taxa relativamente constante de 3,5 a 4 por 1.000 nascimentos no mundo. Vários fatores, incluindo a idade da mãe, altura, genes e tabagismo podem ser a causa de diferentes taxas de natalidade de gêmeos fraternos.
6 – Voluntários perfeitos para estudo
Gêmeos idênticos não são apenas parecidos por fora, mas também compartilham 99,9% dos genes.
Isso os torna voluntários perfeitos para os pesquisadores que querem desmembrar os fatores genéticos dos ambientais em estudos. Por exemplo, comparando o processo de envelhecimento em gêmeos monozigóticos e fraternos – cujos genes não são tão semelhantes, mas que tendem a compartilhar o mesmo ambiente -, pesquisadores começaram a entender o que causa as diferenças individuais no envelhecimento.
Desde que o estudo começou, em 1986, eles descobriram que os nossos genes influenciam mudanças em nossas personalidades e níveis de atividade quando ficamos mais velhos, com um estilo de vida ativo contribuindo para um envelhecimento mais bem sucedido.
7 – Socialmente engajados
Gêmeos, ao que parece, nunca estão realmente sozinhos, mesmo no ventre de sua mãe. Uma pesquisa recente sugere que, já com 14 semanas de gestação, os gêmeos interagem uns com os outros.
Os pesquisadores estudaram os movimentos de cinco pares de fetos de gêmeos usando ultrassonografia nas semanas 14 a 18 de gestação. Por 14 semanas, os fetos estavam fazendo movimentos especificamente dirigidos para seus gêmeos, movimentos que aumentaram entre as semanas 14 e 18.
Por exemplo, em alguns dos vídeos, um feto estava acariciando as costas ou a cabeça do outro. Enquanto os movimentos autodirigidos, tais como mão-a-boca e mão-a-olhos, diminuíram entre os dois testes, outros movimentos direcionados aumentaram até que representaram cerca de 29% dos movimentos observados em 18 semanas.
Tais resultados fazem os pesquisadores pensarem sobre o surgimento do comportamento social: quando o contexto permite que ocorra interação, como no caso de fetos gêmeos, as ações autodirigidas não são apenas possíveis, mas predominantes.
8 – Genética?
Ter gêmeos pode ter mais a ver com o acaso do que com a genética, pelo menos no caso dos gêmeos idênticos. Os cientistas ainda têm que encontrar algum gene que faça com que um óvulo fertilizado se divida em dois – resultando em gêmeos monozigóticos -, o que sugere que bebês idênticos é uma ocorrência aleatória.
E se você acha que só porque sua mãe tem uma irmã gêmea significa que não há chance de você ter um bebê A e um bebê B na sua sala de parto, pense novamente. Estudos têm sugerido que a genética está por trás da propensão de uma mulher de liberar mais de um óvulo de cada vez, e se dois dos óvulos são fertilizados, eles se tornam gêmeos fraternos.
Mesmo assim, contra a sabedoria convencional, gêmeos fraternos nem sempre saltam uma geração. Esta noção pode ter a ver com o fato de que os homens que herdam esse “gene gêmeo” não são afetados por ele, mas podem passá-lo para suas filhas que, então, são mais propensas a ter gêmeos fraternos.[LiveScience]
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