Pessoas com depressão são mais propensas a ter um acidente vascular cerebral do que as pessoas mentalmente saudáveis – e seus golpes tendem a ser mais fatais.
A depressão é um fator de risco menor para se ter AVC em comparação com pressão arterial elevada (hipertensão) e outras condições de saúde. Ainda assim, o novo estudo sugere que até 4% dos estimados 795 mil acidentes vasculares cerebrais que ocorrem nos Estados Unidos a cada ano podem ser atribuídos à depressão.
Se você tem depressão, mas não outros problemas de saúde, você provavelmente não tem tanto o risco de ter um AVC. Mas se mistura a depressão com obesidade ou hipertensão, por exemplo, o risco vai aumentar dramaticamente.
Foram feitas combinações de dados de 28 estudos. Cerca de 2,7% dos participantes teve um derrame durante os estudos, que variaram em comprimento de dois a 29 anos.
Em comparação com aqueles que não apresentaram sinais de depressão, as pessoas diagnosticadas com a doença ou as que relataram sentir-se deprimidas foram 45% mais propensas a ter um acidente vascular cerebral e 55% mais propensas a morrer disso.
A depressão aumenta o risco de acidente vascular cerebral isquêmico, no qual um vaso sanguíneo é bloqueado e não pode enviar sangue para o cérebro. Mas não foi mensurável o risco do outro tipo do AVC, o hemorrágico, em que há um vazamento de vasos sanguíneos.
Já era sabido que a depressão aumenta o risco de uma pessoa desenvolver diabetes, obesidade, hipertensão e doenças cardiovasculares. Além disso, sabe-se que a depressão pode ocorrer depois que os pacientes sofrem um AVC. Não existem provas suficientemente fortes para saber se o inverso é verdadeiro, ou o que realmente vem em primeiro lugar.
Em vários aspectos, a depressão poderia contribuir para acidentes vasculares cerebrais. Para começar, as pessoas que estão deprimidas têm mais probabilidade de fumar ou beber muito, de seguir uma dieta pouco saudável e de negligenciar a sua saúde pessoal. Os dados sugerem que pelo menos alguns dos riscos de AVC em pessoas deprimidas podem ser explicados por um estilo de vida pouco saudável.
Existem outras possibilidades, também, que não são facilmente mensuráveis. A depressão pode aumentar a produção de hormônios do estresse no organismo, por exemplo, e pode provocar a inflamação perigosa nos vasos sanguíneos.
A doença também pode levar as pessoas a tomarem medicamentos necessariamente controlados de acordo com outras condições, tais como diabetes ou pressão arterial elevada. Por outro lado, alguns medicamentos prescritos para depressão – principalmente a classe de medicamentos conhecidos como antipsicóticos atípicos – tem como efeito colateral o ganho de peso, um conhecido fator de risco para AVC.
São necessárias mais investigações para determinar se os medicamentos contribuem para o risco de AVC. Os médicos devem monitorar o ganho de peso e os níveis da pressão arterial em doentes que tomam estes remédios, mas não há nenhuma razão para que os pacientes parem de tomá-los, pelo menos por enquanto. [CNN]
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