Jovens participam de projeto de educação patrimonial

domingo, 4 de dezembro de 2011

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“Um guardião da memória, uma rezadeira, uma planta, a culinária típica de uma comunidade. Tudo que provoque afetividade, que carregue a história de um povo pode ser considerado patrimônio público”, diz Francineide Chaves, coordenadora pedagógica da Escola de Arte de Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho – EOA. E essa foi a temática abordada no projeto “Patrimônio Para Todos – Uma aventura através da memória”, com mais de 500 jovens de baixa renda de Fortaleza e Aquiraz. O programa de educação patrimonial ocorreu na última semana, de 21 a 26 de novembro.

Em sua terceira edição, foram realizadas 16 oficinas em oito bairros de Fortaleza e mais 10 oficinas em cinco localidades do município de Aquiraz. As aulas eram ofertadas para jovens da rede pública, de 16 a 21 anos, e acompanhadas por 26 facilitadores. Entre aulas teóricas e práticas, os estudantes percorreram pelas localidades onde moravam, identificando objetos e manifestações que guardam memória e que provocam sentimento de identificação com os moradores.

Conforme Francineide, a valorização de patrimônio se concretiza através dessa identificação das pessoas com os objetos. Que geram “uma resignificação dessas manifestações culturais, em que os jovens passam a ter uma visão mais crítica da realidade”. Para ela, o cuidado com os patrimônios é uma decorrência desse processo. “E a partir disso é que surge o desejo de modificar”, reitera.

O estudante de história, Micharlles Taz, participou do projeto como facilitador. Ele foi encarregado para trabalhar com os jovens de Messejana. Após diversas discussões, o grupo mapeou seis patrimônios na região. Dente eles, o cemitério público do bairro, a Feira e a Praça de Messejana, as Tapioqueiras, uma ONG (ligada a ressocialização de jovens) e até um Terreiro de Umbanda. Deste último, o facilitador destacou como mais significativo. “No final das contas, a gente conseguiu desconstruir diversos estereótipos”, diz.

Para Micharlles, a principal conquista do programa foi além dos objetivos propostos, e alcançados, de valorização do patrimônio. A mudança na percepção dos jovens, no quesito auto-estima, foi o verdadeiro triunfo. “Eles se viam apenas como números. Mas a gente conseguiu mostrar que a pobreza que eles vivem não é uma fatalidade”.

Em campo, os alunos fizeram os registros das memórias e narrativas usando câmeras fotográficas, filmadoras e gravadores. Tudo foi publicado na página do Projeto (www.patrimonioparatodos.wordpress.com). Para Francineide, “Quando esses meninos participam das oficinas, se tornam multiplicadores. Podendo fazer outros trabalhos com a comunidade a partir do que aprenderam”.

O programa “Patrimônio Para Todos – Uma aventura através da memória” é uma realização da EOA, equipamento de formação cultural ligado ao Instituto de Arte e Cultura do Ceará – IACC, e da Secretaria de Cultura do Estado.

Quando

ENTENDA A NOTÍCIA

O programa “Patrimônio para Todos, uma aventura através da memória”, foi realizado entre os dias 21 e 26 de novembro e contou com a participação de aproximadamente 500 jovens de Fortaleza e Aquiraz.

Números

500
Jovens participaram do programa “Patrimônio para Todos, uma aventura através da memória. O projeto foi desenvolvido para valorizar o patrimônio do Estado.

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