Fato: você quer assistir um vídeo. Cenário: você faz o download desse vídeo no computador e, se quiser assisti-lo em outro lugar, passa o arquivo para um pendrive.
Daqui a alguns anos, é provável que as crianças sequer saibam o que é um leitor de DVD. Ou, preferencialmente, elas vão conhecer a tecnologia de uma forma completamente diferente da nossa geração.
Isso porque uma equipe de pesquisadores liderada por Aman Russom, do Instituto Real de Tecnologia em Estocolmo (Suécia), pode ter encontrado uma nova função para os leitores de DVD: uma técnica eficaz e rápida de testar HIV e fazer outras análises.
A descoberta cria a possibilidade de uma ferramenta barata e simples de usar, que pode ter benefícios de longo alcance na área da saúde, especialmente nos países em desenvolvimento.
“Com um leitor de DVD comum, criamos uma ferramenta barata de análise de DNA, RNA, proteínas e até mesmo células”, diz Russom.
Lab-on-DVD: vantagens e vantagens
Até agora, o chamado “Lab-on-DVD” tem se mostrado uma tecnologia incrível que só tem potenciais benefícios.Com ele, é possível realizar um teste de HIV em apenas alguns minutos. Quando o HIV infecta uma pessoa, a maior parte das células infectadas são Cd4+. O vírus torna-se parte dessas células que, em vez de combater a infecção, cada vez mais produzem cópias do HIV. Em um experimento, os pesquisadores coletaram células do tipo Cd4+ no sangue de pacientes e as visualizaram perfeitamente usando a nova tecnologia.
Hoje em dia, a contagem dessas células usando citometria de fluxo é padrão em testes para detectar HIV, mas a prática tem sido limitada nos países em desenvolvimento por causa de seu custo.
O Lab-on-DVD representa uma alternativa para citometria de fluxo. Enquanto esta última pode custar mais de US$ 30.000 (cerca de R$ 58.800) excluindo sua manutenção, a nova tecnologia, se produzida em massa, poderia ser disponibilizada por apenas US$ 200 (R$ 392).
Além disso, ao contrário dos instrumentos volumosos e tecnicamente complexos usados na citometria, o Lab-on-DVD é portátil e exige menos treinamento para ser operado.
“O baixo custo da tecnologia torna-a adequada como um instrumento de diagnóstico na prática clínica”, afirma Russom. “E porque oferece uma análise extremamente rápida, o paciente não precisa ir para casa e esperar por uma resposta. Ele pode recebê-la na primeira visita a um médico”.
Para ver o estudo completo (em inglês) publicado na Nature Photonics, clique aqui.[Phys, AidsPortugal]
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