Pequenas mensagens curtas como essas postadas no Twitter podem parecer ineficientes, a não ser para assustar as pessoas que te seguem. Mas, por incrível que pareça, elas podem ajudar o Brasil a controlar o vírus que mata centenas de pessoas todos os anos, o que provoca a dengue.
Tudo isso graças a um software criado por brasileiros do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia. A equipe tem usado o programa para fazer a correlação entre a data e a localização das pessoas que tuitaram algo relacionado à doença e as estatísticas oficiais da dengue em cada região.
Essa não é a primeira vez que a mídia social foi usada para a vigilância de doenças: o Twitter foi usado em 2009 para acompanhar a pandemia de gripe suína na população, por exemplo. Mas o site nunca antes tinha sido utilizado para rastrear a dengue, com a análise das cidades e dos indivíduos afetados. É também a primeira tentativa de coletar dados pessoais de usuários que contam suas experiências com uma doença em 140 caracteres.
Os surtos de dengue acontecem todos os anos no Brasil, mas os focos afetados variam a cada temporada. Podem levar semanas para que todos os dados médicos sejam analisados de maneira geral, criando uma dor de cabeça para as autoridades de saúde. Com a análise via Twitter, essas respostas podem vir de maneira muito mais rápida.
O software tem um funcionamento simples: ele filtra todos os tweets que contém a palavra “dengue”, coletando informações do usuário, como a sua localização. O aumento do uso da internet no Brasil tem facilitado a eficiência desse aplicativo.
A equipe pretende analisar agora 181.845 tweets enviados entre dezembro de 2010 e abril de 2011 para compará-los com os dados oficiais do Ministério da Saúde. Termos como “dores nos ossos” e “dor no olho”, que são sintomas típicos de dengue, estão agora incluídos no software da equipe brasileira. A expectativa é a de que a cada ano seja maior o número de dados coletados – e mais eficaz a luta online contra a dengue.[NewScientist]
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